20 de outubro de 2015

Aeração Spiking – Parte I

aera Aeração Spiking - Parte I

Os putting greens modernos são em sua maioria constituídos por uma base de areia, e chamados USGA Greens.

Á medida em que a grama se estabelece e inicia sua atividade para manutenção de seu ciclo de vida (absorção, respiração, fotossíntese, etc.) em adição com o trabalho da equipe de manutenção do campo, tais como o corte constante, rolamento, adubação e demais práticas, a tendência é o aumento do teor de matéria orgânica do solo.

Quando os níveis de matéria orgânica atingem ou superam 3 a 4% em peso da proporção do solo, há uma diminuição no número de macroporos, implicando em três complicações primárias:

1) A difusão de oxigênio, um elemento essencial ao ciclo das plantas, diminui;

2) A infiltrabilidade do solo diminui, causando saturação por água na camada superficial e subsuperficial;

3) A umidade na zona radicular aumenta consideravelmente, tornando a superfície menos firme. Ademais, problemas secundários como Black layer, wet wilt, diminuição do crescimento radicular e aumento da pressão de doenças podem ocorrer.

Existem diversos processos usados na aeração de putting greens que essencialmente variam em agressividade, área impactada da superfície, profundidade de ação, e remoção ou não de parte da camada orgânica.

Podem se usar grades, pinos ocos que removem parte da camada afetada quando perfuram o solo, pinos sólidos que abrem buracos para penetração de oxigênio ou mesmo jatos de água pressurizados que abrem a superfície do solo.

É ideal que se impacte de 15 a 25 ou até mesmo 30% da superfície dos greens durante o ano.

O quanto cada processo irá impactar é uma relação entre o tamanho dos buracos (escolha dos pinos) e espaçamento.

Embora cada campo possua sua política de aeração, processos menos agressivos devem ser realizados mais regularmente e são complementares aos processos mais agressivos, com remoção da camada orgânica e que são realizados uma ou talvez duas vezes ao ano.

O top-dressing é a adição de areia aos greens e é comumente associado à aeração. É importante considerar o tipo e a quantidade de areia a ser adicionada.

Dentre os benefícios da aeração estão:

1) renovação e aumento do sistema radicular, aumento da difusão de O2,

2) manutenção do número adequado de macroporos e da taxa de infiltração de água, mantendo uma superfície mais firme.

As principais desvantagens são:

1) o distúrbio na rotina dos jogadores, que vêem seus greens temporariamente impactados e

2) problemas como insetos e plantas daninhas, se as condições forem favoráveis.

Philipe Carvalho Ferreira Aldahir é engenheiro agrônomo formado pela UFLA e especilaista em gramados e campos de golf.

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