20 de outubro de 2015

Greens – Intensidade de Cultivo – parte I

Os greens são a parte mais nobre do campo. É onde são dadas as últimas tacadas até que a bola esteja no copo (buraco). A bandeira sinaliza a posição em que o buraco foi instalado naquele dia e ao entrar no green, todo cuidado é pouco.

GERAL

Os greens são superfícies gramadas de put (ato de bater na bola com o taco putter), e, portanto, comumente chamados de putting greens. São especialmente projetados e construídos para atender aos padrões do jogo de golfe. Possui ondulações que são projetadas para influenciar na jogabilidade (rolamento da bola), o que por sua vez altera o manejo de água.

Deve ser constituído de um tipo de grama de textura fina, dossel uniforme e bastante denso. A grama em questão também deve ser altamente tolerante ao corte, que é excessivamente baixo – 2,5 ~ 6,4mm. Para gramas de clima quente (C4 warm season turfgrasses) as variedades ultra-anãs (seleções vegetativas da TifDwarf) da grama bermuda (C. dactylon) como Miniverde, TifEagle e Champion são as mais utilizadas. Essas variedades são oriundas de mutações dentro da Tifton 328 (ou TifDwarf) e são chamadas off-types.

No caso das gramas para clima frio (C3 cool season turfgrasses) a mais largamente utilizada é a Creeping Bentgrass (Agrostis stolonifera) e suas variações. As Fine Fescues (gênero Festuca) também podem ser utilizadas dependendo das condições do ambiente e do propósito. Em caso de overseeding em greens a grama Poa trivialis é a escolha mais comum.

tifdwarf Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 2 – TifDwarf (328) em contraste com uma variedade ultra-anã.

bermuda Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 1 – Tifway (419) em contraste com a Bermuda comum.

 

green-overseed Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 3 – Green com overseeding de Poa trivialis e Perennial Ryegrass no colarinho. Bermudagrass dormente no entorno.

green-ohio Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 4 – Fine Fescuesss.

ESTRUTURA

Atualmente, o tipo mais comum de putting green é o chamado USGA green que segue padrões de construção da USGA (United States Golf Association). A base do green é arenosa, controlando os nívels de matéria orgânica e também melhorando a drenagem. Um sistema de drenagem específico para cada green também deve ser dimensionado levando em consideração o slope (ondulações).

green-constr Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 5 – Padrão de construção USGA.

MANEJO

O setup é diário e é o preparo do green para o dia de jogos. As operações realizadas são: posicionamento do buraco, corte da grama e correção das marcas de bola.
O buraco deve ter um novo local a cada dia, devido a basicamente 2 fatores: a) se deixado por muito tempo em um mesmo lugar, perde qualidade, ocorre erosão das bordas e crescimento indesejável de grama no entorno; b) Com o buraco na mesma posição durante vários dias, ocorrem mais marcas de bola naquela região do green, comprometendo a qualidade do gramado.

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Figura 6 – Dano causado por marca de bola.

green-band Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 7 – posicionamento diário do buraco (bandeira).

 

 

 

 

 

 

 

 

copo-green2 Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 8 – Furando um novo copoola.

copo-green Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 9 – Instalação do copo e do pin.

 

 

 

 

 

 

 

O corte é feito por máquinas helicoidais, que dão uma melhor qualidade e acabamento. Deve ser feito diariamente ou, em condições de campeonato, mais de uma vez por dia. Deve-se atentar para alguns detalhes no corte dos greens: tipo de rolo frontal da máquina, regulagem da altura de corte, vazamentos hidráulicos e de combustível, sobreposição, manutenção do equipamento, etc.

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Figura 10 – Corte do green (bentgrass) no torneio PGA Quail Hollow.

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Figura 11 – Máquina de corte de greens de 3 corpos (tríplex).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A irrigação é um dos fatores mais cruciais em um putting green. A jogabilidade, qualidade do turf e consistência do green dependem altamente do teor de umidade de toda a sua área. Desta forma, rodar a irrigação pelo sistema automático pode trazer alguns inconvenientes como o acúmulo de água nas partes mais baixas do green e déficit nas partes mais altas. A única maneira de se compensar isso é com o monitoramento da umidade do green e a combinação da irrigação automática com a irrigação manual, visando uniformizar o molhamento de toda a sua área.

irriga-manu Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 13 – irrigação manual.

irriga Greens - Intensidade de Cultivo - parte I

Figura 12 – Irrigação automatizada.

 

 

 

 

 

 

 

OUTRAS PRÁTICAS
• Fertilidade – é desejável que a fertilização do green siga o programa de spoon feeding que significa a aplicação de doses baixas de fertilizantes em uma maior freqüência. Devido à base arenosa dos e ao constante stress ao qual o gramado é submetido nos greens, adubações visando fornecimento de nutrientes a longo prazo se perdem por lixiviação ou pela dificuldade de absorção pelo relativamente pequeno sistema radicular das plantas. Além disso, com o corte freqüente parte da folha que recebeu adubação é retirado do sistema, necessitando de uma reposição.

• MIP – o manejo integrado de pragas e doenças deve ser feito individualmente para cada situação, observando-se as épocas de incidência de pragas e doenças, época adequada de controle, e aproveitamento de operações, sempre que possível.

• Rolamento – o rolamento da superfície dos greens pode ser realizada com freqüência de 2 a 5 dias na semana, e tem o objetivo de aumentar a velocidade de rolamento.

• Aeração – deve-se elaborar um programa anual de aeração para os greens, como já discutido em outros artigos.

• Topdressing – deve ser feito regularmente de acordo com a programação do clube.

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Figura 13 – Pulverização (spoon feeding + MIP).

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Figura 14 –Rolamento.

 

 

 

 

 

 

 

Philipe Carvalho Ferreira Aldahir é engenheiro agrônomo formado pela UFLA e especilaista em gramados e campos de golf.

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